15 de abril de 2007


Morte
William Butler Yeats


Medo não tem, nem esperança,
Um animal a agonizar:
Aguarda um homem o seu fim,
Tudo a temer, tudo a esperar;
Já muitas vezes morreu ele,
As muitas vezes retornando.
Em seu orgulho, um grande homem,
Homens que matam enfrentando,
Sobre a substituição da vida
Atira um menosprezo forte;
sabe ele a morte até os ossos
- Foi o homem quem criou a morte.

tradução de Péricles Eugênio da Silva Ramos

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Morte

Nem temor nem esperança assistem
Ao animal agonizante;
O homem que seu fim aguarda
Tudo teme e espera;
Muitas vezes morreu,
Muitas vezes de novo se ergueu.
Um grande homem em sua altivez
Ao enfrentar assassinos
Com desdém julga
A falta de alento;
Ele conhece a morte até ao fundo —
O homem criou a morte.

tradução de José Agostinho Baptista

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Death


Nor dread nor hope attend
A dying animal;
A man awaits his end
Dreading and hoping all;
Many times he died,
Many times rose again.
A great man in his pride
Confronting murderous men
Casts derision upon
Supersession of breath;
He knows death to the bone —
Man has created death.


W. B. Yeats

2 comentários:

Alexsander disse...

Esse foi pra "matar" mesmo, né? os poemas estão memso fortes, profundos...

Sabia que o Yeats era uma amigo chegado da Pamela Smith e de seu pai?

besos

Sérgio Alcides disse...

À morte, um animal
Nada espera nem teme;
Já o homem, no final,
Por tudo espera e treme;
Em casos sucessivos
Voltou depois de morto.
Diante dos assassinos,
O homem superior
Ri, com todo o desdém,
Da expiração, do corte
Que conhece tão bem:
O homem criou a morte.

Trad. de Sérgio Alcides
http://quemmandou.blogspot.com/