25 de novembro de 2007

Um Dado sobre o Grão



Ovos. Perfeito quando se vê o inscrito ao invés do escrito. Ou quando se lê a cor da página antes do código. A arte da memória, uma mera recordação da verdade?

O implícito, a gélida mão sobre o livro, a Sibila. Resignação. O Sagrado prevê sacrifício. O olho que aceite o que vê.

A cabeça de colméia só vira mel e natureza quando nasce Imperatriz.

Há um azul na reconstrução do Tarot de Marseille que me agrada, fosforecente que é. As cartas ficam acordadinhas, céleres. Contrapõe-se ao ocre medieval de Jean Payen a que estou acostumada.

Jodorowsky explicita, lá com o hospitaleiro Camoin, a Grã-Sacerdotisa. E vai da habilidade do desenhista e do tarólogo em concerto concluir que só o aparente é possível e que aqui há de se ocultar a saga, o signo.

O Grão é feito Véu, proposto inconteste.
Quanto mais transparente, melhor. Lady Frieda Harris o fez com precisão milimétrica.

É assim que eu a chamo e vejo: Grã-Sacerdotisa.

Nem Papisa, nem só Sacerdotisa.
Um Germe, um Ovo antes ainda.
Um Grão.

É a mulher refeita do Arcano XXI. O Mundo, A Suprema-Bailarina. Outra, e assim mesmo, a mesma. Há muito da Estrela e da Força, da Temperança na Moça. Aquela que sabe ser Velha.

Um pouco de todas as Rainhas no Arcano II. O Reino de de Copas, o músculo da água.
A Gênese do que sempre esteve.

E há o ovo.



Zoe

Se seus olhos ainda não viram, a Reconstrução do Tarot de Marseille.

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